O Horto de Restinga, localizado no Parque das Dunas, em Praias do Flamengo, é um projeto da Universidade Livre das Dunas – UNIDUNAS, onde os biólogos da instituição promovem a reprodução de plantas exclusivas do ecossistema de restinga. Sua importância se deve a razões como o valor medicinal de algumas espécies, pesquisa científica, entre outras.
No Horto são cultivadas plantas nativas do ecossistema de restinga. Nele, podemos encontrar espécies como a “asa de urubu”, muito usada por religiões afro-brasileiras, e as orquídeas, de forte apelo ornamental. Segundo a bióloga Maria do Carmo Filardi, responsável pelo Horto, as plantas produzidas irão compor o paisagismo do litoral soteropolitano. “É a solução para o ecopaisagismo de Salvador. Levam vantagem pois para sobreviver à orla da capital devem ser resistentes aos fortes ventos e altas taxas de salinidade que ocorrem no local”, afirma Filardi. A bióloga tem uma vasta experiência no campo da restinga, pois já trabalha com o ecossistema há 14 anos. Ela também ressaltou que há poucos estudos sobre o bioma. “Além disso, o Horto servirá para pesquisas científicas, pois já constatei que algumas espécies tem valores fitoquímicos (medicinais)”, ressalta.
O projeto, que funciona desde 2004, conseguiu a reprodução de 380 sementes coletadas no Parque só no mês de agosto, totalizando 1080 unidades em suas instalações, de acordo com dados da bióloga. Ela credita o sucesso ao substrato (composto de terra vegetal e adubo) utilizado no Horto. “As espécies estão se dando muito bem com o substrato, mas o trabalho de adaptação ainda está em andamento. Vamos continuar pesquisando”, conclui Filardi.
Segundo o presidente da UNIDUNAS, Jorge Santana, um dos objetivos da insituição é investir num laboratório de reprodução para o Horto. “O laboratório vai acelerar a reprodução das plantas e servir como base de estudo para os pesquisadores”, comenta Santana. Além do incentivo à visitação acadêmica e pesquisa científica, o Parque das Dunas também promove a preservação ambiental e a prática do ecoturismo.
Por Felipe Santana