O Professor Salomão Pinho, doutorando em Ecologia, está desenvolvendo um projeto que vai comparar a qualidade ambiental de ecossistemas aquáticos costeiros. No estudo, as Lagoas do Junco e da Vitória, localizada no Parque das Dunas, servirão de parâmetro de conservação no comparativo com a Lagoa das Dunas, em Camaçari.
Ambas tem um ecossistema semelhante, porém na década de 80, a Lagoa das Dunas de Abrantes sofreu um grande impacto proveniente da lixiviação dos resíduos industriais da empresa LYONDEL (antiga TIBRAS), resultando na contaminação do lençol freático que alimenta a lagoa.
O estudo pretende identificar os aspectos que estariam determinando a recuperação (ou não) da lagoa, já que existem sinais claros de recuperação. Um destes é a recolonização de uma série de organismos, principalmente plantas aquáticas, sapos, aves, peixes e insetos aquáticos.
Entretanto, não se sabe ainda se, apesar da presença destes organismos, as funções do ecossistema estão sendo desempenhadas de maneira correta. “É preciso saber se cada espécie está contribuindo corretamente com sua função para a manutenção da qualidade do local, como ocorre nas lagoas do Parque das Dunas”, explicou Salomão Pires, mestre em Ecologia e Biomonitoramento.
O professor explicou ainda que para fazer esta avaliação é preciso utilizar métodos comparativos do processo de decomposição das folhas das lagoas. “A decomposição foliar se trata de um processo funcional do ecossistema, que só ocorre quando os organismos estão atuando corretamente nestes locais”, acrescentou.
Além disto, uma avaliação da comunidade de invertebrados que vivem aderidos a estas folhas será realizada para comparar com os resultados da decomposição foliar e permitir compreender melhor o que estaria acontecendo nestes locais.
Neste processo do estudo o presidente da UNIDUNAS, (ONG que administra o Parque das Dunas), Jorge Santana, está dando total apoio ao Biólogo Salomão Pires. “Apoiamos sempre os estudos realizados aqui no Parque das Dunas e ainda disponibilizamos biólogos para acompanhá-los”, disse o ambientalista que já apoiou mais de 150 estudos sobre o Ecossistema de Dunas Lagoas e Restinga do Parque das Dunas.
O pesquisador Salomão Pinho, ressaltou a importância da contribuição da UNIDUNAS. “A UNIDUNAS tem propiciado local para ponto de apoio, segurança durante as pesquisas em campo e vem fornecendo importantes informações sobre o local”.
O pesquisador revelou ainda que pretende ampliar o número de lagoas utilizadas nos experimentos, visando ter mais precisão na conclusão da pesquisa. “A idéia é manter a utilização das lagoas do Parque das Dunas como comparativo, mas, além disto, aumentar o número de informações que reforcem a necessidade de preservar ao máximo a área do Parque das Dunas”.
Segundo Salomão Pinho, o estudo deve durar cerca de um ano, contando com os resultados obtidos.
Por Mariana Sena