O Calango do Abaeté é um lagarto conhecido pelos cientistas como Glaucomastix abaetensis. Foi descrito pela primeira vez na ciência em 2002, nas dunas do Abaeté. Considerado de tamanho mediano, pode alcançar 20 cm de comprimento. Apresenta a cauda de verde brilhante como característica marcante da espécie. A restinga é a casa do Calango do Abaeté, ele só existe (é endêmico) no litoral norte da Bahia e têm sua distribuição concentrada na zona litorânea. O Calango do Abaeté ocupa predominantemente a faixa de dunas e areia branca. Sem as restingas do nosso litoral ele irá desaparecer! Utiliza os horários mais quentes para realizar suas atividades diárias; nas porções de vegetação de moita vasculham as folhas secas no chão em busca de alimento. Constroem tocas no solo arenoso, mas também se aproveitam dos refúgios naturais como troncos ocos. A espécie encontra-se classificada como “em perigo” nas listas vermelha de espécies ameaçadas de extinção nacional e estadual. Evidenciando a necessidade de uma política de conservação efetiva neste ecossistema, uma vez que a leis brasileiras priorizam a proteção da mata de restinga e zonas úmidas, permitindo a alteração de habitats com ocupação imobiliária em moitas. Assim, o Parque das dunas detém um papel importantíssimo na conservação e manutenção desta espécie. Pois, além de manter 600 hectares de área protegida, atua ativamente com a conscientização de milhares de pessoas através da educação ambiental. Promove ainda, parcerias com diversas instituições de ensino e pesquisa para estudar este calango, que é nossa bandeira para conservação da restinga do litoral norte da Bahia. Projetos como o @calango_do_abaete e @herpetofaunalnb atuam no Parque das Dunas há mais de quatro anos, realizando estudos mensais para compreender aspectos como: dinâmica, estrutura e viabilidade populacional, comportamento, reprodução, dieta, interações parasitárias, genética, avaliação de impactos negativos, dentre outros.
Texto: Magno Lima Travassos de Oliveira